O Canadá é um dos pioneiros entre os países que desenvolveram seu sistema educacional de forma a contemplar o conceito de habilidades do século 21, mais recentemente tratadas como habilidades globais. Desde 1994 o país aplica uma metodologia focada em desenvolver habilidades-chave para que os alunos obtenham um bom desempenho em todas as esferas da vida.

A Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) identifica um conjunto de 12 habilidades, divididas em três grupos: Habilidades cognitivas e metacognitivas (pensamento crítico, pensamento criativo, aprender a aprender e autorregulação); Habilidades sociais e emocionais (empatia, autoeficácia, colaboração e responsabilidade); e Habilidades práticas (informação, mídia, artes e tecnologia).

Exemplos de interações positivas englobam respeito e inclusão. Eles têm sido associados a alunos engajados em comportamentos de negociação. Passam a considerar diversas opiniões e a construir respostas às ideias dos demais, numa participação mútua.

Nesse contexto, vale citar a iniciativa da Maple Bear Camaçari – Busca Vida, localizada no estado da Bahia, no Nordeste do Brasil. O projeto de desenvolvimento socioemocional foi conduzido pela psicóloga escolar Tessa Ramalho. Ela explica o trabalho desenvolvido neste período de aprendizagem remota: “Em uma abordagem lúdica, as crianças tiveram a oportunidade de falar sobre suas emoções e seus sentimentos, em encontros quinzenais”.

No período de pandemia, a Maple Bear proporciona um tipo de check-in emocional. Assim as crianças compartilham suas experiências e refletem sobre o seu estado psicológico atual. Além de debate, as salas de aula se tornam também lugares para exercícios de respiração e de expressão de sentimentos por meio de desenhos. “Destaco a importância da criação de rotinas que integrem o acolhimento de professores e alunos, além de promover oportunidades para todos se expressarem”, afirma Cintia Sant’Anna, Diretora Acadêmica da Maple Bear. Na Maple Bear Singapura, os alunos se adaptaram rapidamente ao “novo normal” em sala de aula. A escola foi reaberta com toda a preparação, seguindo os protocolos de saúde e fazendo uso de equipamentos de proteção. Tudo com muita calma e empatia.

Os conflitos podem surgir à medida que os alunos debatem diferentes perspectivas ou entendimentos. Embora tais conflitos e as emoções negativas que podem resultar sejam partes normais do funcionamento do grupo, padrões contínuos de emoções negativas podem interferir na conclusão da tarefa. Por isso a importância de se aplicarem determinadas rotinas que trabalhem habilidades nos alunos.

Para a escola, as crianças precisam se tornar cidadãs em sua plenitude, como adultos autônomos, compassivos, engajados e responsáveis. Dessa forma contribuirão com as suas famílias, sua comunidade e com o mundo. O papel da escola é fornecer orientação e disciplina (de maneira positiva) que apoiem o desenvolvimento de cidadãos globais, mas o protagonismo é sempre do aluno.