O Canadá é presença constante nas primeiras colocações do PISA (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Desde 2000, a cada triênio, estudantes de 15 anos — representantes de todo o ciclo de educação básica em cada país — são avaliados em sua proficiência em leitura, matemática e ciências. Nesta mais recente edição participaram da avaliação 600 mil estudantes de 80 países, entre membros e não membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

A exemplo da educação em si, o PISA também evolui à medida que a sociedade se transforma, tanto em termos de expectativas e necessidades das famílias e dos estudantes quanto em termos de evolução econômica e tecnológica. Dessa forma, as próximas edições do exame deverão contar com foco ainda maior em matemática e no pensamento criativo, bem como eventualmente incluir uma avaliação em línguas estrangeiras. Também irão considerar a capacidade dos jovens de aprendizagem no mundo digital a partir do uso de ferramentas online. “O PISA não é apenas o indicador mais abrangente e confiável das capacidades dos alunos, é também uma ferramenta poderosa que os países e as economias podem usar para ajustar suas políticas educacionais”, afirma o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.

Do Canadá, participaram da edição mais recente 22 mil estudantes de 800 escolas, vindos de dez províncias do país. Entre eles, 15% atingiram o nível mais elevado do exame, bastante acima da média global de 9%. Adicionalmente, uma vez mais registraram uma performance que os classificou como líderes entre os países de língua inglesa, superando Austrália, Reino Unido, Estados Unidos, entre outras nações. A área de leitura, em particular, na qual os estudantes canadenses ocuparam a 4a posição global, foi um dos destaques: um a cada três afirmou que ler é um dos seus hobbies favoritos. Na mesma proporção, leem pelo menos 30 minutos por dia. Mais de 80% dos alunos do país são confiantes em sua capacidade de leitura.

O Canadá também se destaca como um dos países mais inclusivos do planeta, garantindo, por exemplo, uma performance equivalente na comparação entre imigrantes e filhos de segunda geração e não imigrantes. Em ciências e matemática, por fim, os estudantes canadenses ocuparam, respectivamente, a 6ª e a 10ª posições globais.

Soma-se a isso uma característica presente em poucos modelos educacionais do mundo: o bilinguismo. “Entendemos que o inglês é a língua universal e seu aprendizado é benéfico para os nossos alunos. A partir de diferentes pontos de vista, as pessoas enriquecem sua cultura e têm contato com pessoas de várias partes do mundo”, afirma Cintia Sant’Anna, Diretora Acadêmica da Maple Bear. De acordo com a educadora, o foco do método canadense é ir além da prova. “Preparamos as pessoas para a vida – e uma vida em sociedade. Os estudantes precisam se sentir seguros dentro da escola — dos pontos de vista físico e emocional — e desenvolver, além do conhecimento, as habilidades socioemocionais que permitirão a eles serem bem-sucedidos em seus objetivos e em seus papéis como estudantes, cidadãos e profissionais.”